O carro segue em silêncio, desde que saimos do hospital.
Minha mãe está no banco de trás com Rigel, e Jade dirige, concentrada na estrada, os olhos fixos no caminho como se não ousasse olhar pelo retrovisor.
Eu estou no banco do passageiro, mas minha cabeça ainda está lá no hospital.
Naquele quarto.
Naquela conversa.
Naquela frase dela:
“Mesmo se eu sentisse algo por você, eu não posso te dar esperança de nada…”
Eu não sei o que doeu mais — ela dizer que não sente… ou o “mesmo se eu sentisse”. Como se o sentimento existisse, mas estivesse trancado num lugar onde nem eu posso alcançar.
Fecho os olhos por um instante, respiro fundo. Tento não sufocar com o peso daquela rejeição. Tento manter a postura, fingir que estou bem.
Mas tudo dentro de mim grita.
Até que, de repente, uma vozinha me puxa de volta.
— Tiooooo... você sabia que o velociraptor era do tamanho de um peru de verdade?
Eu me viro, meio confuso com o que acabei de ouvir.
Rigel está empolgado no banco de trás, com os olhos