A porta mal se fecha atrás de Samuel e Rigel, e já sinto o ar pesar. Marco se move pelo quarto com familiaridade, como se ainda tivesse algum tipo de espaço aqui. Mas não tem. Não mais.
Ele se vira pra mim, encostando-se à parede, os braços cruzados sobre o peito, me observando com aquela intensidade que ele sempre usou pra me ler mas que hoje não me atravessa mais do mesmo jeito.
— Ele está morando com você? — pergunta, direto.
— Não — respondo, firme. — Ele está passando uns dias. É temporário.
Marco ergue uma sobrancelha, como se não acreditasse.
— Temporário? Porque parece bem confortável pra quem está só de passagem.
Dou um passo à frente, mantendo o olhar no dele.
— Marco, não começa. Não tem nada acontecendo entre mim e você, e nunca dei margem pra que você pensasse o contrário.
Ele solta uma risada seca e passa a mão no rosto, irritado.
— Jura, Jade? Então o que foi aquele beijo na testa? Você não recuou. Nem olhou estranho. Agiu como se fosse normal.
Cruzo os braços, senti