Estou com o coração disparado, os dedos trêmulos de tanta ansiedade boa. Fecho a porta de casa com pressa, ajeito a mochila do Rigel no banco de trás e corro para encaixá-lo na cadeirinha. Ele está agitado, animado, mexendo os pezinhos sem parar.
— Mamãe, a vovó vai vir morar com a gente de novo? — pergunta ele, com os olhos arregalados de expectativa.
— Vai sim, meu amor — respondo, com um sorriso que não cabe dentro de mim. — A gente vai buscar ela agora.
Ouço o som de passos vindo da calçada. Me viro e dou de cara com Samuel se aproximando, a farda um pouco amassada, os cabelos ainda úmidos, como se tivesse passado direto do trabalho para cá.
Ele para, confuso, olhando a cena.
— O que está acontecendo? Onde você vai com tanta pressa?
O sol reflete nos olhos dele, e por um segundo, meu coração vacila — mas não pela tensão de antes. É outra coisa. Algo morno.
Sorrio, não consigo evitar. A felicidade transborda.
— Sua mãe recebeu alta hoje.
Mas, assim que as palavras escapam da minh