O celular vibra na mesa de cabeceira, e o som rasga o silêncio do quarto.
Eu abro os olhos devagar, ainda meio zonzo, e estico o braço pra atender — mas Jade continua dormindo, o corpo tranquilo, o rosto meio escondido sob o travesseiro.
Murilo.
Me sento, coço o rosto e respiro fundo antes de pegar o telefone. Quando olho a tela, vejo que não é só uma ligação perdida. São vinte e duas mensagens.
— Que merda... — murmuro, levantando e indo até o banheiro e pegando uma cueca quando passo pelo closet.
O telefone vibra mais uma vez antes que eu consiga responder. Atendo, com a voz rouca e impaciente:
— Murilo, o que foi, caramba?
Do outro lado, ele quase grita:
— Finalmente, Samuel! Estava prestes a arrombar sua casa, cara.
— Que exagero. — Passo a mão nos cabelos, tentando acordar. — São duas da manhã.
— Pois é! E eu tô aqui, batendo cabeça sozinho. Por que vocês demoram tanto pra atender?
Dou uma risadinha cansada.
— A gente estava em um momento a dois, Murilo. Não é tão difícil de