A porta de vidro da cafeteria se abriu com um leve sussurro.
Gianluca Renaldi, um dos arquitetos mais disputados e indomáveis da Europa, interrompeu o movimento dos dedos sobre o capuccino duplo. Seus olhos — que até segundos antes estavam hipnotizados pelo brilho da tela do celular — subiram como atraídos por gravidade reversa.
Clara Vallejo entrou.
Não, ela não entrou. Ela aconteceu dentro do café.
Vestido fluido, leve, com uma fenda ousada que brincava com a linha entre a elegância e a tentação. Os cabelos estavam presos em um coque perfeitamente imperfeito, fios estrategicamente soltos para parecerem despretensiosos. Um batom que não pedia atenção — ordenava.
E aquele andar…
Gianluca prendeu a respiração.
“Santa Maria dell’Anima… uma mulher que caminha como se estivesse deslizando sobre mármore veneziano polido à mão”, pensou ele, quase derramando o café sobre o próprio colo.
Ela o viu. Sorriu. E caminhou até a mesa como quem já dominava o espaço. Ele se levantou com pressa — e um