Clara entrou no quarto como quem acabava de atravessar um campo de guerra: corpo tenso, olhar em brasa, o silêncio mais alto do que qualquer grito.
A porta bateu atrás dela com um estrondo seco, e sem pensar duas vezes, ela caminhou até a cama… mas parou. O passo travou, o coração acelerou de um jeito diferente agora.
As malas dele.
As camisas jogadas sobre a poltrona.
O perfume leve que ficava no ar depois do banho.
Tudo… tinha sumido.
O quarto estava limpo, impessoal. Aquele mesmo quarto que poucas horas atrás era cenário de desejo e confissão, agora parecia quarto de hotel qualquer. E então, sobre a cômoda, um bilhete rabiscado por Simone.
“A pedido do Sr. Vellamo, suas coisas foram retiradas e encaminhadas para a suíte executiva, onde ele permanecerá hospedado até o fim da viagem. Qualquer necessidade, estou à disposição — Simone.”
Clara segurou o papel com os dedos gelados, sem saber se queria amassar, rasgar ou rir.
— Ele pediu pra sair do quarto?
A pergunta ecoou sozinha no esp