Foram vinte dias sem terno.
Sem contratos.
Sem helicóptero no céu, câmera no rosto ou ameaça no e-mail.
Foram vinte dias em que Clara e Léo não foram CEO e arquiteta.
Foram só… dois corpos cansados tentando reaprender a respirar juntos.
Paris.
Istambul.
E então, Manaus.
DIA 1 — CHEGADA EM MANAUS, 17h43
O avião tocou a pista encharcada como se pousasse direto num pulmão. A umidade grudava na pele como um aviso: “Aqui não se corre. Aqui se sente.”
Clara, com os cabelos presos e a blusa amassada, olhou pela janela e soltou:
— “Agora sim… é real.”
Léo ajustou os óculos escuros e respondeu:
— “Você tem certeza disso? Eu sobrevivi ao seu sequestro… não sei se sobrevivo à sua mãe.”
Ela riu.
— “Minha mãe não mata. Só interroga. E julga. Bastante.”
—
DIA 2 — PRIMEIRA NOITE NA CASA DE DONA MARILENE
A casa era simples, mas linda. Plantas por todo canto. Cores vivas. Cheiro de café forte e piso encerado.
— “Minha filha!” — Dona Marilene abraçou Clara como se voltasse da guerra.
E talvez, de certa