O carro seguia por uma rota improvável. Clara, ainda grogue emocionalmente, olhava a cidade passar como se tudo estivesse num sonho bagunçado demais para ser real. O joelho arranhado ardia, mas o que realmente incomodava era o vazio na cabeça.
Gianluca estava ao lado, elegante, olhos fixos na frente.
— Gian, onde estamos indo? — ela perguntou, finalmente rompendo o silêncio incômodo.
Ele virou o rosto devagar, com um sorriso tranquilo.
— Um lugar mais calmo. Não quero te deixar exposta. Não agora. Você precisa de paz.
Ela respirou fundo, tentando entender se aquele gesto era altruísmo… ou controle. Mas seu corpo ainda reagia ao choque, e sua mente, nebulosa, aceitava o gesto como necessário.
— É perto? — murmurou, tentando manter algum controle.
— Dez minutos. Já pedi pra preparar tudo.
Clara franziu o cenho.
— Preparar o quê?
— Um quarto. Um banho. Roupa nova. E, claro… um jantar leve. Você precisa respirar.
— Eu só preciso entender o que tá acontecendo, Gianluca…
Ele a cortou com do