Na cobertura da Vellamo & Co., em Manhattan, a tensão era densa como o café preto que fumegava na mesa de reuniões — forte, amargo e quase intocável.
Léo estava em pé, imóvel, como se cada músculo estivesse sendo esticado por uma dúvida que rasgava por dentro. A TV exibia os noticiários com aquele tom sensacionalista que transforma desgraça em espetáculo.
Miguel entrou sem bater, celular na mão, olhos estreitos como navalha.
— Você já viu isso? — ele perguntou, sem sequer cumprimentar.
Léo não respondeu. Só apontou para a tela onde a manchete rodava em letras vermelhas:
“ESCÂNDALO: Clara Ribeiro é acusada de assinar contrato fraudulento com a Dominion Legacy.”
Logo abaixo, a imagem que era uma facada disfarçada de flash: Clara, nos braços de Gianluca Renaldi, sendo puxada para dentro de um SUV. A foto parecia tirada direto de um filme de espionagem corporativa. Mas ali, para quem assistia… parecia traição nua e crua.
— Que porra é essa? — rosnou Léo, os olhos queimando. A mandíbula co