CAPÍTULO 39 – POSSE, DEBOCHE E PECADO

Ainda colada no corpo dele, a respiração descompassada e o gosto dele na boca, Clara afastou o rosto apenas o suficiente pra encará-lo. O vento quente do deserto ainda fazia o tecido da tenda dançar, como se assistisse à cena em reverência.

— Patrimônio, Léo? — ela perguntou com um sorriso de canto, voz carregada de deboche. — Tá gamado assim a ponto de sair me colocando no ativo fixo da empresa?

Ele não respondeu de imediato. Deslizou os dedos pela lateral da cintura dela, como se ainda quisesse decorar a curva exata da pele.

— Claro que não — disse, com aquele tom baixo e cheio de veneno. — Você não é ativo fixo.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Ah, não?

— Você é fundo exclusivo. Aquele tipo de investimento que só aceita um cotista. E qualquer um que tentar tocar, eu aciono cláusula de destruição automática.

Clara mordeu o lábio, disfarçando a vontade de rir e de se esfregar nele de novo ao mesmo tempo.

— Você tá mesmo me chamando de fundo exclusivo? Isso é amor ou fetiche financeiro?
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App