Caio Ventura encarava a tela do computador, as mãos tremendo ligeiramente. O cursor piscava no documento aberto, mas as palavras ainda não vinham.
Ele sabia que aquela carta era diferente de tudo o que já tinha feito. Não era um pedido para a imprensa, não era uma nota oficial para investidores ou patrocinadores. Era para Luna. Só para ela.
O silêncio da mansão era pesado. Guilherme Ventura não havia mais dado as caras, e Marina desaparecera desde a repercussão da entrevista dela. Caio estava só.
As paredes pareciam mais frias, o ar mais denso. Ele deixara o campo para trás naquele dia, mas o que trouxera consigo era muito mais do que lembranças. Era a constatação brutal de que havia permitido que o medo moldasse suas escolhas. Que, ao tentar proteger o próprio legado, acabara destruindo o que havia de mais valioso em sua vida.
Respirou fundo.
Começou a digitar.
Luna,
Quando o orgulho é maior que o amor, perdemos a nós mesmos.
Eu sei que errei. Que te fiz sofrer, que deixei que o medo