O vídeo de Rafael já tinha ultrapassado quinhentas mil visualizações.
Nos comentários, o caos.
“Conheço o Rafael, ele sempre foi um cara de boa.”
“Tá na moda agora ser vítima, né?”
“Essa menina quer surfar na fama do ex.”
“Luna, te acreditamos! Força!”
A mente de Luna girava como um redemoinho. Era como estar presa dentro de um túnel de vozes — julgamentos, dúvidas, ecos do passado. Queria responder. Gritar. Apontar cada print, cada áudio, cada lágrima engolida em silêncio. Mostrar tudo: as noites que dormiu chorando, os dias em que se apagou para caber na moldura que Rafael exigia.
Mas também queria silêncio. Descanso. Paz.
Estava exausta.
— Preciso de um tempo longe das redes — disse a Caio, deitada no sofá, os olhos fixos no teto. — Só um pouco de ar.
Ele assentiu. Compreendia. Mas seu olhar dizia mais — havia algo que ele estava planejando.
Luna se recolheu. Dois dias inteiros. Sem celular, sem TV, sem notificações. Caminhou pelo parque observando as folhas mudarem de cor, termino