DOMENICO
Os olhos verdes de seu pai.
A precisão nos passos de sua mãe.
Mas ninguém — ninguém — jamais soube dizer quem Domenico Santorini realmente era.
Aos 18 anos, ele andava como quem já sabia o caminho que teria que trilhar, mesmo sem enxergá-lo com clareza. Era discreto, inteligente, observador. Estudara em Roma, Paris, Tóquio — não pela educação, mas pelas conexões. Falava quatro idiomas. Sabia usar armas desde os doze, embora preferisse silêncio à violência.
E hoje… voltava para casa.
O helicóptero pousou na propriedade principal dos Santorini, no alto das colinas italianas. Quando as portas se abriram, o vento soprou como um aviso. Ele desceu com uma mochila simples e um paletó preto. Nada nele chamava atenção — a não ser os olhos. Olhos que pareciam carregar o peso de dois séculos.
Cristina o aguardava na escadaria.
— Bem-vindo ao lar, Domenico.
Ele sorriu.
— Algum dia eu estive longe?
Ela riu, mas havia rigidez no olhar. O menino que ela ajudara a criar agora era um homem. E