ISTAMBUL – SUBMUNDO TURCO – 02h33
No porão de um cassino antigo, um homem observava o brasão projetado em uma tela suja. Era Yasin Dogan, um dos mais temidos entre os mandantes silenciosos.
— Dois reis. Um império.
Ele tomou um gole de raki.
— É o tipo de sonho que nasce com prazo de validade.
Ao seu lado, um capanga aguardava.
— Deseja que enviemos homens?
— Não. Ainda não.
Vamos deixar que se matem entre si.
VIENA – MANSÃO SANTORINI – 05h21
Henrique entregou a Domenico um dossiê confidencial.
— Infiltrados. Dois entre os nossos foram pagos para repassar informações ao clã Vasquez.
Domenico leu os nomes. Os olhos endureceram.
— Um deles cresceu comigo.
— Justamente.
Silêncio.
— Você quer que eu cuide?
— Não.
Desta vez, eu faço.
---
INTERROGATÓRIO
O porão da mansão era frio. As paredes, cobertas com placas de chumbo. Isoladas para que nem gritos escapassem.
O traidor, Marco, estava amarrado à cadeira.
— Eu te salvei da rua — disse Domenico. — Te dei casa, proteção, o nome Santorini na