BARCELONA – PRAÇA DOS SILENCIADOS – 09h10
As ruas estavam mais calmas. Não como antes — com medo ou indiferença. Agora, as pessoas caminhavam em silêncio para ouvir.
No centro da praça, uma estátua recém-erguida: uma mulher com um espelho rachado ao peito e uma chama delicada nas mãos. Nenhuma placa. Nenhum nome.
Ao pé da estátua, alguém havia escrito com giz:
“Por quem morreu lembrando, e por quem vive para não esquecer.”
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GENEBRA – SEDE V.O.C.E. – 10h45
Leonardo cruzava os corredores em silêncio. Pela primeira vez em muito tempo, não havia vozes altas, discussões acaloradas, códigos gritando em telas. Apenas passos. E olhares.
Mikhail entregou o último relatório.
— A Marca de Ravena está presente em vinte e sete países.
— Não como símbolo político, mas como ritual.
— Algumas pessoas acendem velas em frente aos espelhos antes de dormir. Outras escrevem cartas que nunca enviam.
Leonardo sorriu.
— Não é um movimento.
— É um luto que virou semente.
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ROMA – CONVERSA ENTRE NIKE E LEONAR