A água quente escorria pelas minhas costas enquanto eu observava o leve volume que já despontava na minha barriga. Era pequeno, quase imperceptível para quem visse de fora, mas para mim... era tudo. Um lembrete constante de que havia uma vida crescendo ali dentro, e que nada mais seria como antes. Medo e expectativa se misturavam num nó preso na minha garganta.
A porta do banheiro se abriu sem cerimônia, sem aviso, como sempre. Ele nunca batia. Nunca pedia permissão.
Playboy entrou com aquela presença que tomava o ambiente como se fosse dele. O cheiro dele misturou-se ao vapor quente, e quando seus olhos pousaram na minha barriga, ele parou. Só por um segundo. E nesse segundo, eu vi. Vi o olhar dele mudar. Não era carinho. Não era amor. Era posse. Um tipo de obsessão silenciosa que fazia meu estômago revirar.
Mas durou pouco. Ele disfarçou. Fingiu. Mas eu percebi. Sempre percebo.
— Gabriela tá lá embaixo. — disse, com a voz baixa, arrastada. Mas não era um aviso qualquer.
Gabriel