Dois anos depois...
Pedro já falava tudo. E quando eu digo tudo, é tudo mesmo. Cada palavrão que escapa do Lucas vira um novo vocabulário na boca do meu filho, que anda pela casa com os bracinhos cruzados, repetindo as maluquices do pai. Uma mistura de fofura e perigo.
Ele fez três anos essa semana. A gente comemorou com outra festa, claro. Dessa vez o tema foi carros. Ele escolheu. Disse que queria um igual ao do "tio Nego Rato", e eu quase engasguei com o café. Lucas só riu e disse que pelo menos ele tinha bom gosto.
A vida mudou muito desde aquele primeiro aniversário. Mas não no sentido tradicional. A gente não virou família comercial de margarina. Continuamos morando no morro, apesar de termos uma casa enorme fora dele. Lucas ainda comandava tudo, continuava sendo o Playboy que mete medo em meio mundo, mas que volta para casa e faz Pedro dormir no colo contando história de traficante como se fosse fábula.
A loja que abri com Gabi e Eric cresceu. Hoje temos duas filiais, uma n