Eu estava sentada na sala de consulta, com os dedos entrelaçados sobre a barriga, sentindo o suor escorrer frio pelas costas. Gabriela segurava minha mão, e Eric, de pé ao lado da poltrona, olhava em volta como se quisesse acelerar o tempo. Eu estava nervosa. Demais.
A porta se abriu e, por um instante, todo o barulho do mundo sumiu.
Ele entrou.
Alto, jovem, com um jaleco branco impecável sobre a camisa social azul-clara. Os cabelos castanhos bem cuidados, a barba por fazer e um olhar tranquilo, como se nada no mundo pudesse tirá-lo do eixo. O crachá no bolso exibia um nome: Dr. Rafael Monteiro.
— Boa tarde, Isabela. — ele disse, sorrindo com aquela gentileza que me desmontou por dentro. — Vejo que trouxe torcida hoje.
Gabriela sorriu, sempre expansiva.
— Ela nunca anda sozinha. Nós somos tipo guarda-costas e babás, tudo junto.
Ele riu baixo, a voz grave e calma.
— Assim que é bom. Suporte é tudo.
Puxou a cadeira e se sentou ao meu lado, apoiando o tablet sobre a bancada.
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