O calor do Rio parecia refletir exatamente o que queimava dentro de mim. A cidade fervia, mas nenhum sol era tão quente quanto a raiva que me consumia por dentro. Isabela estava brincando comigo. Eu sabia. E pior, ela estava gostando disso.
O celular vibrou pela quinta vez em menos de vinte minutos. Nada dela. Nenhuma resposta decente. Só aquelas merdas de indiretas, fotos provocantes e mensagens secas que me faziam perder o controle. Ela queria me ver assim. Fora de mim.
Abri o Instagram e lá estava, uma nova sequência de fotos. Biquíni mínimo, pele molhada, sorriso de quem venceu. Pose de costas, depois de lado. E aquele olhar... desafiador. Como se dissesse: “Você me perdeu.”
Mandei uma mensagem:
"Apaga isso."
Visualizado. Nenhuma resposta.
Outra mensagem:
"Não tô gostando desse tipo de exposição."
Visualizado de novo. Silêncio.
"Tá se achando muito, né?"
Finalmente, a resposta veio. Curta. Fria.
"Estou mesmo. E com razão."
Fechei a mão com tanta força que o celular quase