Saí do quartinho ajeitando a bermuda, ainda com o suor grudado na pele e o gosto da traição preso na língua. Eu estava zonzo. Corpo leve, mas cabeça pesada. Só que a ilusão durou pouco.
Os gritos vieram como tiro no peito.
— SUA PUTA! — era a voz da Isabela, carregada de ódio.
— TÁ RINDO DO QUÊ, SUA VACA? — outra voz junto. Gabriela.
Meus passos aceleraram. Virei o corredor na hora que vi a cena, as duas em cima de Fatinha, descendo a porrada sem dó. A galera toda parada, filmando, rindo, fazendo aquela rodinha típica de barraco em baile.
— CARALHO! — gritei, correndo.
Pardal veio atrás, puto também.
— SEGURA A GABRIELA! — eu berrei, já puxando Isabela pelos braços, tentando arrancar ela de cima da outra.
— ME SOLTA, LUCAS! ESSA VADIA ESTAVA COM VOCÊ! EU VI! — ela esperneava, me socava no peito, gritando feito uma leoa ferida.
— CARALHO, TU TÁ GRÁVIDA, PORRA! — rugi, segurando ela com força pelos ombros. — TU TÁ MALUCA DE SAIR NA PORRADA COM UMA BARRIGA DESSAS? E SE ACONTECE