Isabela Andrade
Fechei a porta do ateliê com firmeza. Minhas mãos ainda tremiam, mas não era mais medo. Era raiva.
Matheo.
Ele havia surgido feito um furacão e, sim, me defendido de Rafael. Mas logo depois? Tão frio. Tão ríspido. Tão… irritante.
Como alguém podia ser tão protetor e, ao mesmo tempo, tão estúpido? Ele me olhava como se eu fosse frágil, mas se irritava quando eu tentava retribuir o cuidado. O que ele queria, afinal?
A verdade é que eu não saberia lidar com outro momento de grosseria. Então, apenas segui andando. Se achasse um táxi no caminho, ótimo. Senão, caminharia até minha casa.
De repente, ouvi o som de um carro encostando perto de mim.
Era o carro de Matheo, um senhor o conduzia devagar, seguindo a velocidade dos meus passos.
E, claro, Matheo estava no banco de trás, com o vidro abaixado, me observando com indignação.
— Isabela. — sua voz veio firme, porém baixa. — Entre no carro.
Continuei andando.
— Isabela. — repetiu ele, agora mais alto.
Me virei apenas o sufic