Isabela Andrade
O silêncio na cozinha era confortável… ou talvez apenas mascarasse o turbilhão que eu sentia por dentro. A cada vez que olhava para Matheo, eu me lembrava do momento em que, sem pensar, levei aquele pedaço de tapioca até a boca dele. Foi rápido, mas intenso.
Ele terminou as panquecas sem pressa, e eu também terminei a minha refeição. Ao empurrar levemente o prato para frente, ele ergueu uma sobrancelha e abriu aquele sorriso lento e irritante que sempre me deixava em alerta.
— Está satisfeita? — perguntou, com aquele tom carregado de ironia.
— Sim. — respondi, tentando não demonstrar nada.
Ele inclinou levemente a cabeça, e então veio a provocação:
— Porque eu ainda não me recuperei da recepção que tive hoje. Baby doll vermelho, pantufas… tropeço cinematográfico…
Senti meu rosto esquentar.
— Você poderia simplesmente esquecer essa parte.
— Impossível. — afirmou, segurando o riso. — É uma imagem difícil de apagar.
— Sabe, as vezes parece que você gosta de me pro