Isabela Andrade
Cheguei em casa ainda sob o efeito daquela noite. A sensação era estranha, como se eu tivesse flutuado por horas e agora estivesse tentando voltar à realidade. Encontrei meus avós na sala, e como sempre, estavam me esperando, sentados lado a lado no pequeno sofá de crochê azul que minha avó tanto ama.
— Como foi, querida? — perguntou vovó com aquele olhar doce que parece enxergar através de mim.
— Foi bom, vó. Muito bom, na verdade. — respondi, sorrindo de leve enquanto pendurava a bolsa no encosto da cadeira. — O restaurante era lindo, e... a conversa foi leve. Eu me senti bem.
— E ele? Foi gentil com você? — perguntou vovô, como quem não quer deixar passar nada.
— Foi sim, vô. Educado, respeitoso. E... engraçado, de um jeito inesperado. — admiti, com um sorriso mais sincero do que eu gostaria.
Eles trocaram um olhar silencioso e satisfeitos, apenas assentiram. Falamos mais um pouco sobre amenidades, e então subi para o meu quarto com passos lentos, como se o corpo es