Daphne estava completamente atordoada. Os detalhes que antes pareciam tão importantes — a posição dos talheres, o brilho dos castiçais, o arranjo das flores — já não prendiam mais a sua atenção. Sua mente viajava em círculos, repetindo a mesma pergunta como um sussurro constante: Débora ouviu?
Mas aquela mulher era sorrateira. Se tivesse descoberto alguma coisa, não viria diretamente a ela com provocações baratas. Não. Débora esperaria o momento perfeito, diante de Omar, para soltar o veneno. E essa possibilidade deixava Daphne à flor da pele.
Ela engolia seco. Tremia, o suor frio escorrendo pelas mãos. Cada passo parecia mais pesado, como se a qualquer instante o chão fosse se abrir.
— Daphne… — a voz grave e familiar soou atrás dela.
Ela se virou tão rápido que quase perdeu o equilíbrio. O mundo girou por um segundo, mas antes que caísse, Omar a segurou firme pelos braços.
Ele riu baixo, com aquele sorriso que parecia feito só para ela. Seu olhar dizia tudo: a “garotinha atrapalhada