capítulo 90

Eu não sabia o que fazer naquela noite. Omar havia sido claro: queria que eu fosse sua acompanhante. Sua namorada, diante de todos. No mesmo jantar em que, no fundo, eu sentia que não deveria estar.

As palavras de Sun ecoavam em mim como veneno: “saiba o seu lugar.” Eu odiava essa frase, principalmente dita com tanta arrogância, como se ela fosse dona de tudo, até da minha identidade. E, mesmo assim, em silêncio, reconhecia — ou pelo menos achava que reconhecia — o meu lugar. Talvez não fosse ali.

Eu não queria aquele jantar. Não por falta de vontade de estar com Omar, mas porque a atenção em cima de mim seria insuportável, ainda mais com aquela mulher me observando como se eu fosse uma intrusa. E sua assistente, aquela sombra venenosa, apenas reforçava o desconforto.

Pior ainda era o eco da conversa com Miguel. Eu não sabia se Débora tinha ouvido algo. Mulheres como ela não atacam de frente — esperam o momento certo, guardam a adaga para a hora mais dolorosa. Isso me corroía. Se ela
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