Alexander respirou fundo, sentindo o ar frio da manhã preencher-lhe os pulmões como se fosse a última vez. O silêncio entre eles era espesso, quase palpável, como se cada palavra não dita tivesse peso próprio.
O som distante de uma gaivota ecoava como um lembrete cruel do tempo que não parava, cortando o ar com sua melodia áspera e solitária.
Ele então perguntou, com a voz rouca, calma e simpática, mas carregada de uma vulnerabilidade rara:
— Lorena, será que algum dia você conseguiria esquecer o meu filho e me amar? — Me enxergar de verdade?
As perguntas caíram como um raio silencioso. Lorena sentiu seu coração congelar como neve recém-formada, uma dor aguda e inesperada atravessando-lhe o peito. Sua respiração tornou-se profunda e irregular, como se o ar tivesse se tornado pesado demais para ser puxado. Seus lábios se entreabriram, hesitantes, mas nenhuma palavra ousou sair.
Ela recuou um passo, como se o chão tivesse se tornado instável, e desviou o olhar para um lindo jarro de v