Agatha inspira fundo, sentindo o ar atravessar suas narinas e preencher os pulmões com uma densidade quase palpável. Há algo naquele ar pesado, denso, como se o próprio ambiente estivesse tentando conter o que acabara de acontecer. Ela segura a respiração por um instante, como quem tenta reter controle, como quem não quer deixar escapar nenhum resquício de si.
Seus ombros, antes tensos como cordas prestes a arrebentar, suavizam ligeiramente, mas a tensão ainda pulsa sob sua pele, uma corrente elétrica silenciosa que sussurra o pressentimento de que aquele encontro não foi um acaso, tampouco inocente.
O perfume de Lorena persiste no ambiente como uma herança agridoce, misturando notas de jasmim com algo mais profundo—âmbar, talvez—um mistério que desafiava e seduzia em igual medida. Era como se cada molécula daquele aroma dançasse no ar, envolvendo Agatha numa lembrança que se recusava a partir.
Com passos calculados e o maxilar cerrado, ela retoma sua caminhada até a sala. O som seco