Na manhã seguinte, Kisa foi levada para uma sala com paredes acinzentadas e uma luz fria pendurada no teto, iluminando o espaço de forma opressiva. Sentou-se em uma cadeira de metal em frente a uma mesa, com as mãos cruzadas sobre o tampo. Vestia as mesmas roupas do dia anterior, ligeiramente amassadas, e seus olhos denunciavam cansaço.
À sua frente, um oficial de expressão séria e voz contida revisava alguns papéis antes de iniciar a conversa. Um segundo policial, com um gravador de voz, verificava o funcionamento do aparelho. Tudo era meticuloso e profissional.
— Senhorita Maidana, eu sou o oficial Robles e este aqui é o oficial Torres. Este interrogatório será gravado como parte da documentação da investigação em andamento. A senhorita entrou em contato com um advogado?
— Não tenho um, mas pensei bem e decidi que não vou precisar. Vou responder às perguntas. Tenho a consciência tranquila, porque não fiz nada de errado.
— Muito bem. Vamos começar do início. Como conheceu a menina? —