Kisa passou cerca de dez minutos na cozinha, mas sua inquietação só aumentava. Ela andava de um lado para o outro, tentando ignorar o mau pressentimento que lhe pesava no peito. A cada passo, roía a unha do polegar — um hábito que só aparecia quando algo realmente a perturbava. Sabia muito bem que Coral não gostava de ficar sozinha com Magalí, mas ainda não conseguia entender o porquê. Aquela sensação de que algo estava errado martelava em sua cabeça repetidamente, até que não aguentou mais.
Rapidamente, saiu da cozinha e foi direto para a sala de jantar. Assim que cruzou a soleira, seus olhos se depararam com uma cena que gelou seu sangue. Magalí segurava Coral pelo braço, inclinada na direção da menina, com o rosto sério, quase severo. Seus lábios se moviam, murmurando algo em voz baixa — mas o tom não parecia nada carinhoso, muito pelo contrário. Coral mantinha a cabeça baixa, visivelmente desconfortável.
Um arrepio percorreu a espinha de Kisa, que não hesitou em intervir, sua voz