No restaurante, as coisas não melhoraram muito. Magalí se esforçava para manter a conversa leve, mas, sempre que tentava envolver Coral, a menina respondia com monossílabos ou simplesmente baixava o olhar.
Em determinado momento, quando Magalí tentou cortar a carne de Coral, a menina afastou o prato com um movimento rápido, claramente irritada.
— O que você está fazendo? Só quero ajudar, não seja rude — disse Magalí, com um sorriso que não chegou aos olhos.
— Magalí, deixe-a. Ela pode fazer sozinha — interveio Royal, desta vez com um tom mais firme.
Coral olhou para o pai com gratidão, enquanto Magalí soltava um suspiro exagerado.
— Desculpe, só estava tentando ser gentil.
Mesmo assim, Royal começava a perceber um padrão. Embora Magalí mantivesse uma fachada doce diante dele, havia algo em suas interações com Coral que não soava verdadeiro. Era como se aquela doçura fosse uma encenação cuidadosamente calculada — mais para impressioná-lo do que para realmente se conectar com sua filha.