O que parecia ser um dia comum para Kisa Maidana transforma-se drasticamente quando ela encontra uma menina em desespero, pedindo ajuda para o pai, aparentemente inconsciente dentro de um carro. Sem hesitar, Kisa socorre a pequena Coral e aciona o serviço de emergência. O homem, identificado como Royal Fankhauser, um influente CEO, é levado ao hospital em estado crítico. Enquanto os médicos lutam para reanimá-lo, Kisa permanece ao lado da menina, oferecendo apoio e conforto diante da incerteza. Royal é declarado morto devido à ausência total de sinais vitais e transferido para o setor forense. No entanto, o inesperado acontece: ele desperta, vítima de um raro distúrbio neurológico chamado catalepsia, que simula a morte — um segredo que ele mantinha em absoluto sigilo. Apesar da recuperação, um mal-entendido provoca o caos. Ao encontrar hematomas no corpo da filha, Royal acusa Kisa de tentativa de sequestro e agressão. Ela acaba presa, enfrentando as consequências de uma situação que jamais procurou. Mas Coral, profundamente ligada a Kisa, vê nela uma figura protetora e quase materna. Ao descobrir seu erro e compreender a importância do papel que Kisa desempenhou na segurança de sua filha, Royal se vê obrigado a pedir desculpas. Mais do que isso, percebe que Kisa pode oferecer a Coral algo que ela nunca teve: uma mãe. Diante de desculpas, propostas e novos desafios, Royal apresenta a Kisa uma proposta inesperada: um futuro ao lado dele e de sua filha. Kisa aceitará fazer parte dessa nova vida? Ou as diferenças entre eles serão barreiras impossíveis de superar?
Leer másNaquela noite, Royal desceu como de costume até a cozinha para comer seu pudim. Com passos calmos e um ar cansado, ele entrou no ambiente e parou bruscamente.À sua frente, sentada à mesa, estava Kisa. Ela segurava uma colher e tinha um pudim pela metade à sua frente. Os dois se encararam em silêncio, até que Royal finalmente franziu a testa, perplexo.— O que você está fazendo? Está comendo o meu pudim? — perguntou ele, quase acusando-a.Kisa apenas ergueu uma sobrancelha, sem desviar o olhar.— Correção: esse eu mesma comprei. O seu está na geladeira. Antes de me acusar de qualquer coisa, você deveria verificar, não acha, senhor Fankhauser? Achei que você já tivesse aprendido essa lição.O tom sarcástico, quase provocador, fez Royal silenciar por um instante. Ele a olhou de maneira estranha, como se não reconhecesse a mulher séria que costumava conhecer. Sem dizer mais nada, virou-se para a geladeira, abriu-a e, de fato, lá estava seu pudim, intacto.Ele o pegou com um gesto firme,
Quando Kisa e Coral chegaram à cozinha, o ambiente ficou calmo — calmo até demais. Kisa se abaixou para ficar na altura da menina e, com delicadeza, acariciou seu rosto, afastando uma mecha de cabelo da testa da pequena.— Querida, o que aquela mulher disse pra você? — perguntou num tom doce, mas carregado de preocupação.Coral balançou a cabeça em negação, sem dizer nada. Seus ombros miúdos tremiam levemente, e seu olhar permanecia fixo no chão, evitando os olhos de Kisa. A tristeza em seus gestos dizia tudo, mesmo que seus lábios não soltassem uma só palavra.Kisa suspirou e segurou suas duas mãos com cuidado, como se fossem feitas de vidro.— Cori, você precisa ser sincera comigo pra que eu possa te ajudar — insistiu com ternura. — Se ela disse algo que te incomodou, ou se te tratou de um jeito que você não gostou, então você precisa me contar.Mais uma vez, Coral apenas balançou a cabeça, sem emitir som algum.— Minha querida, não tenha medo — continuou Kisa, com suavidade. — A ge
Kisa passou cerca de dez minutos na cozinha, mas sua inquietação só aumentava. Ela andava de um lado para o outro, tentando ignorar o mau pressentimento que lhe pesava no peito. A cada passo, roía a unha do polegar — um hábito que só aparecia quando algo realmente a perturbava. Sabia muito bem que Coral não gostava de ficar sozinha com Magalí, mas ainda não conseguia entender o porquê. Aquela sensação de que algo estava errado martelava em sua cabeça repetidamente, até que não aguentou mais.Rapidamente, saiu da cozinha e foi direto para a sala de jantar. Assim que cruzou a soleira, seus olhos se depararam com uma cena que gelou seu sangue. Magalí segurava Coral pelo braço, inclinada na direção da menina, com o rosto sério, quase severo. Seus lábios se moviam, murmurando algo em voz baixa — mas o tom não parecia nada carinhoso, muito pelo contrário. Coral mantinha a cabeça baixa, visivelmente desconfortável.Um arrepio percorreu a espinha de Kisa, que não hesitou em intervir, sua voz
Naquela noite, Kisa levantou-se no meio da madrugada — o que, na verdade, já estava virando um hábito —, desceu até a cozinha, abriu a geladeira e pegou um pudim. Começou a comê-lo com gosto, murmurando entre os dentes como aquilo estava delicioso, aproveitando o momento em silêncio. Mas, de repente, um barulho a assustou. Ela se virou bruscamente e, ao ver Royal ali, parado na porta, engoliu o pudim com dificuldade, quase engasgando.— Droga! — exclamou, tentando se recompor do susto, enquanto Royal a observava com um olhar fixo e curioso. Com o coração acelerado, Kisa tentou disfarçar, mas não conseguiu evitar um leve gaguejo.— Senhor Fankhauser, o senhor quase me matou do coração — disse, levando a mão ao peito.Royal se aproximou com passos lentos, os olhos cravados nela, até parar ao lado da cadeira onde Kisa estava sentada.— Então agora você virou ladra?Kisa franziu o cenho, sem entender de imediato a acusação.— Do que o senhor está falando? — perguntou, confusa.— Você está
Dias depois de Kisa se instalar na mansão, os almoços se tornaram um momento exclusivo entre ela e Coral. Antes, Coral costumava compartilhar a mesa com Magalí, mas Kisa logo percebeu o quanto a menina se sentia desconfortável na presença dela. Por isso, decidiu evitar essas situações e criar um espaço seguro onde Coral pudesse comer com tranquilidade.Numa tarde, como de costume, Kisa e Coral estavam almoçando sozinhas. A refeição transcorria em paz até que Magalí entrou na sala de jantar e, sem pedir licença, sentou-se ao lado delas. Sua presença quebrou o ritmo habitual do almoço e, embora Kisa tentasse manter a prudência e se manter serena, não conseguiu evitar um certo incômodo. Magalí não disse nada no início, limitando-se a comer em silêncio, mas o desconforto no ambiente era evidente.Ao terminar, Kisa olhou para Coral com um sorriso carinhoso.— Vá para o seu quarto, querida. Eu vou com você daqui a pouco.Coral obedeceu sem hesitar e saiu da sala de jantar. Kisa começou a re
Os dias passavam com uma estranha calma na mansão. Kisa já havia se instalado completamente em sua nova casa e, aos poucos, ia se adaptando à nova rotina. As manhãs eram dedicadas ao trabalho na empresa, onde se esforçava para cumprir suas responsabilidades, e as tardes, passava com Coral, cuidando dela e tentando conquistar sua confiança. Sua vida agora girava em torno da menina, e, a cada dia, sentia um compromisso ainda maior com ela. No entanto, havia algo que continuava a incomodá-la: os hematomas que Royal havia mencionado.Kisa não conseguia simplesmente ignorar aquilo e, mesmo sem tocar diretamente no assunto, buscava uma forma de fazer com que Coral se abrisse e contasse se alguém a havia machucado. Evitava qualquer tipo de confronto direto, pois sabia que a menina era reservada e que qualquer pressão poderia fazê-la se retrair ainda mais. Por isso, optava por uma abordagem sutil.— Ei, Cori... você já teve algum problema com alguém da mansão? — perguntou certa tarde, enquant
Último capítulo