Capítulo 26

Narrado por Bruno

O corredor do hospital respirava em câmera lenta. Por trás das paredes brancas, o Rei lutava pela vida, e ali fora tudo parecia se recusar a se mover. Eu estava sentado num banco de metal, a camisa manchada de sangue seco, as mãos apertando o boné aos joelhos como se fosse um troféu de guerra que eu não merecia ter ganho. De onde eu estava, podia ouvir apenas o eco distante de monitores que bipavam ritmicamente, lembrança amarga de que, dentro daquela sala, cada batida do coração dele era uma vitória sofrida.

— Vai, Mari… — eu murmurei, quase sem voz.

Mas meu pedido ficou perdido no vazio. Eu forçava o corpo a ficar imóvel, mas o peito ardia e as pernas tremiam com a urgência de correr até a porta de vidro e arranca­-lá do batente para chegar até ele. Queria ser o paciente, queria sentir a lâmina do bisturi perfurando minha carne para depois cair num sono induzido, para acordar e enfrentar o mundo de novo. Mas não era eu deitado ali: era ele. E o Rei não podia mor
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