A luz do amanhecer entrava suave pela janela do quarto. Não era mais aquela claridade agressiva de sol forte do alto do morro — era uma luz tímida, como se o mundo lá fora ainda tivesse receio de anunciar um novo dia. O som do monitor cardíaco ainda pulsava em seu ritmo constante, mas agora, aos ouvidos de Rei, parecia uma música de fundo distante, quase como se pertencesse a outro universo.
Ele piscou com lentidão, ainda sentindo os resquícios da anestesia no corpo e uma exaustão quase desumana. Mariana não estava no quarto naquele momento, e o silêncio lhe permitiu, pela primeira vez desde que acordara, estar sozinho com seus próprios pensamentos. Não gostava da sensação. Parecia que o vazio dentro dele começava a gritar.
Tentou mexer a perna. A dor veio como uma punhalada. Depois tentou erguer o tronco, mas a musculatura respondeu com um tremor, como se seu próprio corpo o advertisse: “não hoje”.
Mesmo assim, teimoso como sempre fora, ele afastou os lençóis, ignorando os fios co