Pablo
Eu tava esperando ela voltar pro carro quando o celular começou a tocar.
Ligação do Tales.
— Fala, porra.
— Tu precisa vir embora — Tales disse, voz seca.
— Tô só esperando minha mulher, caralho.
— Mano… tu não entendeu. O Martinez liberou tudo o que tu pediu. Dez vezes mais.
Fiquei mudo.
— Ele fez isso? — perguntei, coração travado.
— Fez. Então tu não deve ficar com ela. E mais… ela deve tá feliz, né? Ele voltou.
— Tá falando merda, Tales. Não vou a lugar nenhum!
— Tô te dando o papo reto: acabou.
Eu fiquei olhando pro nada, pensando no inevitável.
O acordo tava fechado. Martinez pagou.
A troca tava feita.
Desliguei o telefone, boladão, saí do carro. Quando ela apareceu, senti o peito travar. Entrei no carro sem olhar pra ela e dei o fora, pisando fundo.
Tales riu:
— É isso aí, Pablo Boladão tá de volta.
— Fecha a matraca — rosnei. — Agora ela vai achar que eu usei ela.
— E tu usou — Tales respondeu, simples. — De outro jeito, mas usou.
Acendi uma verdinha. A fumaça subiu, e u