MelindaEle me deixou aqui nesse quarto.Trancada.Gelada.Tremendo.E, meu Deus… eu preciso sair daqui. Preciso fugir desse louco — ele é louco, eu sei que é.Eu estava encolhida, nua, num canto escuro, tentando manter a respiração sob controle, até que vi um rato.— Ai, meu Deus! — Gritei tão alto que minha garganta arranhou. — Ai, que nojo! Sai daqui! — comecei a pular, quase desmaiando de pavor.Eu chorava, soluçava, implorava, e ele nem apareceu. Nem se importou.Eu podia morrer ali naquele chão gelado que, pra ele, tanto fazia.Quando a porta finalmente se abriu, meu coração travou. Mas não era ele.— Ei, o chefe mandou eu te levar pro quarto — disse uma senhora, me cobrindo rápido com uma toalha.Só que eu não percebi que, ao passar pela cozinha, ele estava ali, sentado, fumando com três caras. Eles arregalaram os olhos assim que me viram de toalha, corpo molhado, machucada.— Tu é um puto mermo, né, parceiro? A mãe dela chorando no jornal e tu com a mina aqui — um deles falou.
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