Melinda
A batida do tamborzão já tava me possuindo.
“Senta, senta, senta”— e eu lá, rindo, rebolando, imaginando besteira porque a bebida já tinha feito a festa no meu cérebro. Júlia zoava, eu zoava junto, até que senti uma mão quente na minha cintura.
Pensei que fosse só vibe da música… até ver o olhar dela por cima do ombro.
Quando virei, quase perdi o ar.
Era ele.
O cão mais gostoso daquele lugar inteiro.
Pablo.
Ele tentou me segurar, mas antes que desse merda, uma briga estourou bem do lado. E Júlia — sempre ela — me arrancou dali puxando meu braço como se minha vida dependesse disso. Corremos, ela levantou a mão e um táxi parou quase derrapando. Entramos rindo igual duas loucas.
— Ela veio quente, hoje eu tô fervendo… mexeu com a Melinda que o Pablo vem fudendo! — Júlia berrava dentro do carro, fora de si.
Eu chorava de rir.
— E Melinda é baile de favelaaa… e o Pablo preparado pra fuder com a xota dela! — eu completei, e o taxista ficou alternando o olhar entre a pista e as duas