Pablo.
Desde que sequestrei a Melinda, minha cabeça virou um esgoto de raiva. Quem olha de fora acha que eu virei um cão sem dono—e talvez eu tenha virado mesmo.
A mina me tira do sério num nível que ninguém nunca conseguiu. Qualquer coisa vira drama, qualquer respiro vira discussão. Depois da briga com a boca-aberta lá, levei ela pra casa… e como sempre, trama atrás de trama.
Veio falar do Martinez, mó papo torto, como se eu tivesse paciência pra ouvir sobre aquele corno. A real é que eu não tava com saco pra isso. Parei de falar com ela e fui resolver meus corre. Tinha reunião com uns donos de morro, aliança nova rolando. Deixei ela quieta lá e parti.
Cheguei na chácara, geral marcando presença. De longe vejo Pedro e Evandro. Os dois me cumprimentaram igual cumprimentaram o Tales.
— Fala, cara! — Pedro estendeu a mão.
— Fala, caralho. — respondi… até ver uma morena colada nele.
Evandro riu.
— É fixa, irmão.
— Quem é a dona? — perguntei.
— A dona do Pedro. — Evandro falou sorrindo.
P