Melinda.
— Vai atirar em mim? — perguntei, a voz trêmula.
— Eu devia… pela tua ousadia — ele disse frio, o cano ainda apontando pra mim.
— Eu fui a ousada?! — minha voz estourou junto com a dor latejante no meu nariz. — Você se aproveitou de mim. De um momento de fraqueza. Me fez transar com você como se eu fosse… sei lá o quê!
— Tá chapando, sua louca! — ele abaixou a arma, irritado, enquanto eu chorava sem conseguir me conter.
— Você me humilhou! Me fez sentir um lixo… você é uma pessoa ruim, Pablo! Me sequestrou, sabe que eu tenho um noivo e mesmo assim me prende aqui como se fosse dona de mim! — minha voz já falhava, soluçada, enquanto ele continuava calado, gelado, imóvel.
— Te odeio, Pablo! — gritei.
Quando chegamos em casa, desci do carro antes mesmo dele parar direito. Corri pro quarto.
— Melinda, espera, porra! — ele veio atrás.
— Vai pro inferno! — bati a porta e escorreguei pro chão, abraçando os próprios braços.
Que inferno é esse? Como eu vim parar nisso? Martinez deve es