Nada deu certo naquele dia.
Desde a primeira entrega que chegou errada, passando pela briga velada entre dois sous-chefs, até o cliente influente que fez questão de postar uma crítica passivo-agressiva nos stories — marcando o restaurante. Valentina passou o dia apagando incêndios com as próprias mãos.
Ela não se permitia demonstrar cansaço. Nunca pôde.
Filha de Augusto Ravelli, a garota mimada para muitos, a herdeira que ousou virar chef de cozinha — para o mundo, qualquer escorregão dela virava manchete nos bastidores da elite.
No fim do expediente, com a equipe exausta e os ânimos esquentados, bastou um pedido feito no tom errado para tudo azedar.
— Se tivesse feito como eu pedi, não teríamos atrasado o prato principal da mesa seis! — disse um dos cozinheiros.
— Talvez se você tivesse lido direito a comanda! — retrucou a confeiteira.
— Já chega! — a voz de Valentina cortou o ar como faca. — Vocês querem brigar, vão fazer isso na porta da rua. Enquanto estiverem aqui dentro, somos u