Os dias seguintes correram num ritmo calmo, quase previsível.
A casa parecia respirar outro ar — mais leve, mais vivo. Aurora, com seus movimentos pequenos e seus sons delicados, era o centro de tudo.
Cecília passava horas observando-a dormir, tentando decorar cada traço, cada suspiro. Às vezes, perdia a noção do tempo.
Enrico mantinha uma rotina silenciosa, dividindo-se entre o trabalho e os cuidados com as duas.
Transformara o escritório de casa em refúgio, de onde só saía quando Aurora chorava ou quando Cecília o chamava.
Gostava de tê-las por perto — de ouvir, ao longe, o som suave da voz de Cecília ou o riso breve quando a bebê fazia algum movimento inesperado. Aquele som trazia uma paz que ele não lembrava de sentir havia muito tempo.
Às noites, o silêncio voltava.
Aurora dormia no quarto ao lado, e Cecília, cada vez mais à vontade, começava a se recuperar. As olheiras diminuíam, o corpo retomava o ritmo.
Ainda assim, havia algo no olhar dela que Enrico não conseguia ignorar — u