Algumas semanas se passaram desde a primeira vez que Cecília viu Aurora.
Agora, ela já conseguia se levantar sozinha, caminhar com calma pelo quarto e até ajudar nas pequenas rotinas do hospital.
A cicatriz ainda doía, mas a força voltava aos poucos — e a cada olhar lançado para o bercinho ao lado da cama, parecia que tudo valia a pena.
Aurora dormia tranquila, envolta numa manta branca, o peito subindo e descendo num ritmo sereno.
Júlia, sentada na poltrona ao lado, folheava distraidamente uma revista, mas o olhar sempre voltava para a bebê.
— Parece até um anjinho — murmurou, sorrindo. — Quando a gente lembra de como ela chegou aqui… é um milagre.
Cecília acariciou o lençol, o coração se apertando.
— Às vezes ainda acordo só pra ver se ela tá respirando.
— É assim mesmo — disse Júlia com ternura. — Ser mãe é nunca mais dormir tranquila, mas é o amor mais bonito que existe.
O som de passos no corredor fez as duas se virarem. A porta se abriu devagar, revelando o pai de Enrico.
Ele e