O tempo parecia não passar dentro daquele corredor. Enrico continuava ali, imóvel diante da incubadora, observando o peito minúsculo da filha subir e descer. A cada som do monitor, ele respirava junto, como se o ritmo da própria vida tivesse se fundido ao dela.
Foi a voz suave de Júlia que o tirou daquele transe.
— Enrico… — ela se aproximou devagar. — O médico pediu pra te ver.
Ele se virou rápido, o coração disparando.
— Aconteceu alguma coisa?
— Não… — Júlia respondeu, tentando acalmá-lo. — É sobre a Cecília.
Sem dizer mais nada, ele saiu apressado, seguindo o corredor. O som dos passos ecoava nas paredes brancas, cada segundo se esticando.
Quando o médico surgiu à frente, com o jaleco ainda marcado por uma leve sombra de cansaço, Enrico sentiu as pernas quase falharem.
— Doutor… — começou, a voz engasgada. — Ela…
O médico levantou uma das mãos, pedindo calma.
— Cecília reagiu bem à anestesia e já está acordando. Ainda está fraca, mas está consciente.
Enrico inspirou fundo, o ar pa