O dia seguinte começou com Cecília tentando manter a mente ocupada com as tarefas do bar. O movimento da tarde ainda era tranquilo, e ela aproveitava o intervalo entre uma reposição e outra para revisar planilhas e conferir o estoque. Mas nada daquilo parecia capaz de abafar o turbilhão que estava dentro dela.
Júlia, claro, não demorou a perceber.
— Vai me contar ou vai continuar fingindo que tá tudo normal? — ela perguntou, encostando-se ao balcão com um copo d'água nas mãos.
Cecília soltou um suspiro cansado.
— Ele disse que me ama, Júlia.
Júlia arregalou os olhos.
— Ele o quê?
— Disse que me ama. Que se for pra escolher entre o mundo dele e eu, ele escolhe a mim. Que deixa tudo para trás se for preciso.
Júlia deixou o copo sobre o balcão.
— E você? O que respondeu?
— Nada. Fiquei em silêncio. Eu... não sou boa com isso, Júlia. Tudo aconteceu rápido demais. E depois daquilo com a mãe dele, eu só consigo pensar que o mundo dele vai estar sempre pronto pra me arrancar da vida dele. E