Enrico chegou no bar um pouco mais cedo que de costume, viu Cecília no balcão, mas ela ainda não tinha percebido a presença dele.
— Você podia passar sua folga lá em casa. A gente janta, vê um filme… dorme lá.
Cecília parou de secar o copo por um instante, como se as palavras tivessem escorregado direto pelas mãos dela. Ergueu os olhos e encontrou Enrico encostado no balcão do bar com aquele olhar sereno, mas perigoso. A proposta dele parecia casual, mas ela sabia — e ele também — que estava longe de ser apenas isso.
— Não sei… — murmurou, voltando a secar o copo com mais força do que o necessário. — Tenho que resolver umas coisas em casa, arrumar o armário, trocar os móveis de lugar, limpar a parede do quarto…
— Você acabou de inventar metade dessas tarefas, Cecília — ele riu baixo. — E posso te ajudar a trocar os móveis de lugar no dia seguinte, se você sobreviver ao meu jantar.
Ela revirou os olhos, mas o sorriso dele a desarmava um pouco mais a cada tentativa. Enrico era insistent