Por alguns segundos depois da revelação, Enrico apenas permaneceu ali, em silêncio, encarando Cecília. Não porque estivesse em choque — muito pelo contrário. Mas porque queria escolher com cuidado o que dizer e como dizer.
Ela parecia pequena diante dele. Não em tamanho, mas em vulnerabilidade. E ele sentia o coração dela bater rápido, mesmo sem tocá-la. O medo estava nos olhos, no modo como ela encolheu os ombros depois das palavras, como se esperasse um julgamento, um afastamento, um suspiro de frustração.
Mas tudo o que ele sentia era uma vontade imensa de protegê-la.
— Obrigado por me dizer — repetiu, com a voz baixa.
Ele a beijou na testa, num gesto instintivo e afetuoso, e então se afastou um pouco. O clima ainda vibrava entre eles, mas a tensão tinha mudado de tom.
Enrico se levantou devagar e estendeu a mão para ela.
— Vem, vamos jantar. — disse com um sorriso.
Ela hesitou um segundo antes de aceitar. A palma dele era quente, firme, familiar.
Foram até a cozinha, onde ele come