Laura caminhava em direção à porta, o salto marcando cada passo no piso, o sorriso vitorioso ainda estampado no rosto. Mas, antes que pudesse alcançar a maçaneta, a voz de Cecília cortou o ar:
— Você não vai a lugar nenhum. — A firmeza surpreendeu até a si mesma.
Laura parou, virando-se devagar, um brilho divertido e venenoso no olhar. Enrico, por sua vez, ergueu a voz:
— Cecília, nós precisamos conversar a sós.
— Não. — ela rebateu, sem hesitar. — Ninguém vai sair daqui. Nenhum de nós três.
Foi só então que Enrico percebeu a secretária parada atrás de Cecília, completamente imóvel, sem saber como reagir à cena. Ele fez apenas um aceno com a cabeça, discreto mas firme, e ela entendeu imediatamente e sai em silêncio. Cecília, no entanto, fechou a porta logo em seguida com mais força do que o necessário, como se naquele gesto descarregasse um pouco da raiva que queimava por dentro.
Laura foi a primeira a falar, venenosa, voltando-se para Enrico com falsa doçura:
— Você queria que