Leydi Dayane
Duas semanas.
Duas semanas inteiras desde aquele beijo.
Desde aquele momento que ainda fervia de vez em quando na minha memória — normalmente no meio da madrugada ou quando ele passava perto demais da minha mesa. Duas semanas em que fingimos que nada tinha acontecido. Profissionais. Frios. Indiferentes. Pelo menos na teoria. Porque o que acontecia dentro de mim toda vez que eu o via... bom, era outra história.
Naquela terça-feira nublada, ele me chamou na sala com um simples toque no ramal.
Meu coração disparou. De novo.
Peguei meu caderninho, minha caneca (agora uma nova, sem estampa, sem sentimentos) e fui até a porta de vidro. Ele estava sentado, com o blazer pendurado na cadeira, a manga da camisa dobrada até o cotovelo — o que sempre me dava ideias impróprias para uma funcionária decente. O notebook aberto à frente dele, a pasta preta do contrato fechada com um clipe elegante de prata.
Ele ergueu os olhos e disse:
— Preciso que você providencie uma viagem.
— Claro, s