Theodoro Lancaster
As portas do elevador se fecharam, engolindo Leydi Dayane com seu perfume adocicado e sua pressa desconcertada.
Eu continuei ali, imóvel no meio da sala. O coração batia rápido demais, como se ainda quisesse continuar naquela troca insana de beijos que… não deveria ter acontecido. Não daquele jeito. Não com ela.
E mesmo assim, aconteceu.
O silêncio voltou a se instalar no escritório, quebrado apenas pelo ranger das rodinhas do carrinho de limpeza vindo pelo corredor. O barulho era irritante, arrastado, ecoando na minha cabeça como um lembrete inconveniente de que o mundo ainda existia do lado de fora da nossa bolha.
Abaixei o olhar. Os cacos da caneca de Leydi estavam espalhados pelo chão. Me agachei devagar, quase com reverência — algo em mim sabia que aquilo tinha mais peso do que parecia.
Juntei os pedaços com cuidado, mesmo que alguns estivessem quentes e úmidos do café recém-derramado. Um dos fragmentos maiores trazia uma imagem. O sorriso de uma menininha. Cab