Leydi Dayane
Se me dissessem que estaríamos em um hotel cinco estrelas no Rio de Janeiro, com vista para o mar e um ar-condicionado que não faz barulho, eu teria rido. Rido alto. Mas lá estávamos nós: eu, Gamora — minha pequena tagarela — e a babá, todas compartilhando um quarto com varanda, cortinas esvoaçantes e cheiro de coisa cara.
Gamora correu até a janela no instante em que a porta foi destrancada, os olhinhos brilhando como se tivesse ganhado um parque de diversões inteiro.
— Mãããe! Olha! O MAR! A gente vai lá, né? Vai entrar na água? Será que tem água viva? Será que a areia é quente? E eu quero tomar sorvete... de uva, mas se tiver de tutti-frutti eu aceito também. E a gente vai ver o Cristo? Eu preciso saber se ele usa chinelo, Bia disse que sim, mas eu acho que não! E se o Hulk passar na rua? Eu vou olhar bem, porque vai que ele aparece, né?
Ela falava tão rápido que a babá se perdeu na metade da frase e eu... bem, eu apenas sorri, como toda mãe que já entrou em modo automá