O ar fora do salão era diferente. Menos denso, menos carregado de olhares e julgamentos, mas ainda assim difícil de respirar. Sulla me manteve firme contra o seu braço, como se temesse que eu desabasse ali mesmo.
Meu corpo estava pesado, e cada passo parecia um esforço. As palavras de Valkar ecoavam na minha cabeça, repetindo-se como um tormento. “Peço que entenda… é do meu filho que estamos falando.”
E eu.
E eu?
Aquela resposta não dada queimava mais do que qualquer acusação.
Sulla me conduziu por um corredor lateral, longe dos guardas e das criadas curiosas. Paramos em uma sala pequena, iluminada apenas pela luz que entrava por uma janela estreita. Ele me sentou em uma poltrona, e eu desabei, inclinando-me para a frente, com as mãos no rosto.
As lágrimas vinham sem que eu pudesse controlar. Não eram apenas pelo momento no salão… eram por tudo. Por Lerna, por mim, pelo bebê que fui acusada de tirar a vida, por todas as vezes que fui acusada injustamente.
— Respire, El